Estar em casa | Entrevista com Micheliny Verunschk

Micheliny Verunschk (@oncaverunschk) nasceu em 1972, em Pernambuco. Escritora e historiadora, é autora do aclamado romance O som do rugido da onça (Companhia das Letras, 2021) e da Trilogia infernal (Patuá, 2018). Venceu o Prêmio São Paulo de Literatura com Nossa Teresa: vida e morte de uma santa suicida (Patuá, 2014), foi duas vezes finalista do Prêmio Rio de Literatura, além de finalista do Prêmio Portugal Telecom, hoje Prêmio Oceanos.

Para ela, um bom livro é aquele que nos modifica. E é preciso, segundo ela, respeito, mas não medo, ao estarmos diante da página em branco.



O que a escrita causa em você?

A certeza de estar em casa. Quando não escrevo me sinto exilada, da minha terra, de mim mesma.

Qual a maior aventura de uma escritora?

A página em branco.

Que livro você gostaria de ter escrito?

São tantos! Gostaria de ter escrito “A ilustre casa de Ramires”, do Eça, “Devoção”, de Patti Smith, “Avalovara”, de Osman Lins, “Memorial de Maria Moura”, de Rachel de Queiroz. Ao mesmo tempo me sinto muito realizada em ter escrito os meus livros.

Que livro você jamais escreveria?

Não sei. Talvez o livro que eu não consiga escrever.

O que ainda falta ser dito em literatura?

Aquilo que será tema do próximo livro. 

Livro bom é…

aquele que te leva com ele, te engole e depois te devolve ao mundo modificado. 

Escritora é uma criatura…

desassossegada.

Qual o papel de uma escritora na sociedade?

Escrever, e escrevendo honrar a conquista da autoria pelas escritoras que a antecederam.

Qual o maior aliado de uma escritora?

Aquele teto todo dela.

Como encontrar a palavra certa, o termo justo, a frase ideal?

Escrevendo, apagando, reescrevendo, lendo em voz alta, ajustando.

O quê que não dá para ser dito com palavras?

Tudo pode ser dito.

Se você pudesse, o que diria para o algoritmo?

Vê se me erra.

E se você pudesse mudar o lema da bandeira nacional para um que representasse o Brasil atual, para qual seria?

Goiabada é progresso.

Qual a melhor maneira de encarar a página em branco?

Sem medo, mas com respeito.

Qual a sua maior alegria ao escrever?

O texto pronto.

Se você não pudesse mais escrever, o que faria?

Ditaria.

A literatura em uma palavra.

Imprescindível.

Qual a coisa mais importante que você aprendeu com a escrita?

A ser eu mesma.

Qual sua definição de felicidade?

Minha casa, minha família, meus bichos, meus livros. É um combo.

O que faz você continuar escrevendo?

Uma absoluta necessidade de fazê-lo. Escrever é algo que é parte de mim.


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