Escrever, escrever, escrever | Entrevista com Andrea del Fuego

Andrea del Fuego nasceu em São Paulo, em 1975. Escritora e mestre em filosofia pela USP, publicou os volumes de contos Minto enquanto posso (O Nome da Rosa, 2004), Nego tudo (Fina Flor, 2005), Engano seu (O Nome da Rosa, 2007) e As miniaturas (Companhia das Letras, 2013), além de diversos livros juvenis e infantis. Seu primeiro romance, Os malaquias (Língua Geral, 2010), ganhou o prêmio Saramago de literatura.

Para ela, a escrita é uma experiência enigmática. E escrever – escrever e ler – é o principal compromisso de uma escritora na nossa sociedade.



O que a escrita causa em você?

A escrita sempre me deu uma das experiências mais importantes da minha vida. Ela me dá uma proximidade com a linguagem, e eu considero um enigma a forma como a linguagem pode ser expressiva. Então eu estou sempre em volta da escrita como um enigma.

Qual a maior aventura de uma escritora?

A maior aventura de uma escritora é sustentar a própria escrita.

Que livro você gostaria de ter escrito?

Cem anos de solidão.

Que livro você jamais escreveria?

Eu não escreveria um livro de Física.

O que ainda falta ser dito em literatura?

Tudo. Tudo já foi narrado e tudo precisa ser narrado. Sempre, sempre, sempre.

Livro bom é…

aquele que é preciso ler outra vez.

Escritora é uma criatura…

distraída.

Qual o papel de uma escritora na sociedade?

Escrever. E ler. Escrever outra vez. 

Qual o maior aliado de uma escritora?

A cumplicidade dentro de casa, das pessoas mais próximas. Esses são os grandes aliados, que ajudam a escritora a ter espaço físico, mental e emocional. 

Como encontrar a palavra certa, o termo justo, a frase ideal?

Com uma epifania. 

O quê que não dá para ser dito com palavras?

As emoções. Não dá pra dizer as emoções com palavras. Dá pra abordar, chegar perto, aproximar, apenas. 

Se você pudesse, o que diria para o algoritmo?

Eu não estou aqui. 

E se você pudesse mudar o lema da bandeira nacional para um que representasse o Brasil atual, para qual seria?

Amor e fúria

Qual a sua maior alegria ao escrever?

Procurar.

Se você não pudesse mais escrever, o que faria?

Eu daria um jeito de escrever. 

A literatura em uma palavra.

Abordagem.

Qual a coisa mais importante que você aprendeu com a escrita?

Concentração.

O que faz você continuar escrevendo?

Justamente escrever.


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