A textura da mente | Entrevista com Débora Ferraz

Débora Ferraz (@dlferraz) é autora de Ogivas (2021) e Enquanto Deus não está olhando (2014), romance vencedor do Prêmio Sesc e do Prêmio São Paulo de Literatura. Estreou na prosa aos 16 anos com Os Anjos (2003) e publicou em várias coletâneas, entre elas Geração 2010, o sertão é o mundo. Sua obra foi traduzida para o alemão e para o inglês. É doutora em escrita criativa pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e mestre em narrativas audiovisuais pela Universidade Federal da Paraíba. Nasceu em Serra Talhada (PE), mas mora atualmente em João Pessoa (PB), onde é cofundadora da escola de escrita Edícula Literária.

Sua maior alegria, ao escrever, é descobrir as coisas. E em literatura, para ela, nada falta ser dito, pois “a questão é a forma como é dito”.



O que a escrita causa em você?

Perguntas.

Qual a maior aventura de um escritor?

Experimentar a textura da mente.

Que livro você gostaria de ter escrito?

A visita cruel do tempo, de Jennifer Egan.

Que livro você jamais escreveria?

Notas do subsolo, de Fiodor Dostoiévski

O que ainda falta ser dito em literatura?

Nada. A questão é a forma como é dito.

Livro bom é…

…pra ser lido mais de uma vez.

Escritor é uma criatura…

…declarada culpada.

Qual o papel de uma escritora na sociedade?

Fazer o seu melhor. 

Qual o maior aliado de uma escritora?

Caderno.

Como encontrar a palavra certa, o termo justo, a frase ideal?

Através da palavra errada.

O quê que não dá para ser dito com palavras?

O que vai para as outras artes.

Se você pudesse, o que diria para o algoritmo?

Se eu pudesse, diria não.

E se você pudesse mudar o lema da bandeira nacional para um que representasse o Brasil atual, para qual seria?

Conhece-te a ti mesmo

Qual a melhor maneira de encarar a página em branco?

Com uma caneta tinteiro bem carregada de tinta preta brilhante.

Qual a sua maior alegria ao escrever?

A descoberta das coisas.

Se você não pudesse mais escrever, o que faria?

Procuraria um jeito de poder escrever.

A literatura em uma palavra.

Alameda.

Qual a coisa mais importante que você aprendeu com a escrita?

Engolir a vaidade.

Qual sua definição de felicidade?

Quando o tempo cronológico encontra o diegético

O que faz você continuar escrevendo?

Gostar de fazê-lo.


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