Além do real | Entrevista com Julie Oliveira

JULIE OLIVEIRA é cordelista, palestrante, produtora cultural e editora de livros. Possui mis de 15 obras publicadas e distribuídas em Programas de Governo pelo Brasil, e tem circulado o país disseminando a Literatura de Cordel, sobretudo o cordel produzido por mulheres.

Para Julie, “às vezes uma única palavra basta para salvar o próprio coração”. E segundo ela, a escrita é um lugar seguro, mas também perigoso.



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O que a escrita causa em você?

A sensação de que há um lugar seguro, e ao mesmo tempo perigoso.

Qual a maior aventura de uma escritora?

Desnudar-se sem saber diante de quem.

Que livro você gostaria de ter escrito?

O Tempo é Um Rio que Corre, de Lia Luft.

Que livro você jamais escreveria?

Ainda não escrevi.

O que ainda falta ser dito em literatura?

Nada. Penso que estamos o tempo inteiro dizendo as mesmas coisas, apenas tentando dizê-las de outro modo, na nossa perspectiva ou de nossos personagens.

Livro bom é…

O que nos faz esquecer o relógio.

Escritora é uma criatura…

Que teima em viver além do que lhe dizem real. Que cria os próprios mundos, pra quem sabe viver em algum deles quando este já não é suportável.

Qual o papel de uma escritora na sociedade?

Livrar-se dos papéis impostos e encontrar seu próprio papel, sua voz… ser o que veio para ser, sem a pretensão de transformar outrem.

Qual o maior aliado de uma escritora?

A borracha

Como encontrar a palavra certa, o termo justo, a frase ideal?

Sabendo que não é possível encontrar, portanto, permanecendo na busca.

O quê que não dá para ser dito com palavras?

O onírico

Se você pudesse, o que diria para o algoritmo?

Você não sabe de tudo! hahah

E se você pudesse mudar o lema da bandeira nacional para um que representasse o Brasil atual, para qual seria?

Terra do eterno faz de conta

Qual a melhor maneira de encarar a página em branco?

Se derramando sem se julgar.

Qual a sua maior alegria ao escrever?

Ampliar meu olhar, desaguar sentimentos, libertar dores, criar realidades possíveis para o que ainda é impossível hoje.

Se você não pudesse mais escrever, o que faria?

Seria leitora e atriz.

A literatura em uma palavra.

Fôlego

Qual a coisa mais importante que você aprendeu com a escrita?

Que às vezes uma única palavra basta para salvar o próprio coração (Clarice me ensinou).

Qual sua definição de felicidade?

Banho de chuva e um friozinho da Serra Grande!

O que faz você continuar escrevendo?

A profunda necessidade de dialogar comigo mesma, com as minhas facetas, incoerências, e por vezes, a necessidade de silenciar, enquanto grito com a caneta.

| Entrevista organizada ao som do disco Electric Ladyland, de Jimi Hendrix |


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